quinta-feira, 23 de março de 2017

Obesidade mundial

O Ministério da Saúde apresentou na terça-feira (14), durante o Encontro Regional para Enfrentamento da Obesidade Infantil, em Brasília, as metas para frear o crescimento do excesso de peso e da obesidade no país. O encontro faz parte da implementação da Década de Ação das Nações Unidas para a Nutrição (2016/2025), que incentiva o acesso universal a dietas mais saudáveis e sustentáveis. O Governo Brasileiro é um dos principais apoiadores da agenda da ONU.
O Brasil assumiu como compromisso atingir três metas: deter o crescimento da obesidade na população adulta até 2019, por meio de políticas intersetoriais de saúde e segurança alimentar e nutricional; reduzir o consumo regular de refrigerante e suco artificial em pelo menos 30% na população adulta, até 2019; e ampliar em no mínimo de 17,8% o percentual de adultos que consomem frutas e hortaliças regularmente até 2019.
“Nosso desafio é incentivar as pessoas a adotarem uma alimentação correta: descascar mais e desembalar menos. E é preciso ensinar desde cedo a manipular os alimentos. As crianças hoje, não tem oportunidade de acompanhar a preparação dos alimentos e aprender a cozinha-los. Além disso, o sedentarismo é alto e tem muito haver com a obesidade. Precisamos mudar os hábitos do dia a dia para enfrentar o desafio da obesidade”, afirmou o ministro da Saúde, Ricardo Barros.
Eduardo Nilson, da Coordenação de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde, reforça na TV Saúde o compromisso do Brasil em reduzir a obesidade na população.
Ano passado, ao lançar a Década de Ação das Nações Unidas para a Nutrição, a Organização das Nações Unidas (ONU) alertou países sobre a grande transição epidemiológica e nutricional por que passa o mundo. De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), cerca de 800 milhões de pessoas permanecem cronicamente subalimentadas e mais de 2 bilhões sofrem de deficiências de micronutrientes. Ao mesmo tempo, 1,9 bilhão de pessoas estão acima do peso e 600 milhões são obesas.
“A década da nutrição é para todos. É um momento muito oportuno para construir formas para lutar contra a má nutrição. É hora de agir”, enfatizou Francesco Branca, Diretor do Departamento de Nutrição para Saúde e Desenvolvimento da Organização Mundial de Saúde.
No Brasil, é possível notar que a população tem reduzido o consumo de alimentos básicos ao mesmo tempo em que aumenta o consumo de processados. Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (2013), mais da metade dos brasileiros está com excesso de peso. A incidência é maior em mulheres (59,8%) do que em homens (57,3%). A obesidade também segue o mesmo padrão. 25,2% das mulheres adultas do país estão obesas contra 17,5% dos homens. O índice mantém a mesma proporção na América Latina. Segundo dados do relatório Panorama da Segurança Alimentar e Nutricional da OMS (2016) 58% da população da América Latina está com sobrepeso e 23% está obesa.
INFÂNCIA - A ingestão de alimentos ultraprocessados começa já nos primeiros anos de vida. A Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde (2006) sinaliza que 40,5% das crianças menores de cinco anos consomem refrigerante com frequência. Enquanto dados da Pesquisa Nacional de Saúde (2013) apontam que 60,8% das crianças menores de 2 anos comem biscoitos ou bolachas recheadas. O resultado do mau hábito alimentar é que uma em cada três crianças brasileiras apresentam excesso de peso (POF 2008/2009).
AÇÕES – Além de assumir publicamente os compromissos para década da nutrição, o incentivo para uma alimentação saudável e balanceada e a prática atividades físicas é prioridade do Governo Federal. Assim que assumiu o Ministério da Saúde, Ricardo Barros publicou uma Portaria proibindo venda, promoção, publicidade ou propaganda de alimentos industrializados ultraprocessados com excesso de açúcar, gordura e sódio e prontos para o consumo dentro das dependências do Ministério. A proposta é estender essas regras aos demais órgãos e entidades da administração direta federal. Além disso, o Ministério constrói uma campanha pela adoção de hábitos saudáveis chamada Saúde Brasil.
Em 2016, o Ministério da Saúde também participou da assinatura a portaria de Diretrizes de Promoção da Alimentação Adequada e Saudável nos Serviço Público Federal. Sugerida pelo Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, a diretriz orienta formas da alimentação adequada e saudável nos ambientes de trabalho do serviço público federal.
Desde 2014, o Guia Alimentar para a População Brasileira orienta a população com recomendações sobre alimentação saudável e consumo de alimentos in natura ou minimamente processados. A publicação é reconhecida mundialmente pela abordagem integral da promoção à nutrição adequada.
Em parceria com a Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (ABIA), o Ministério também conseguiu retirar mais de 14 mil toneladas de sódio dos alimentos em 4 anos. O país também incentiva a prática de atividades físicas por meio do Programa Academia da Saúde com mais 4 mil polos em 1.700 municípios.
Clique para acompanhar as metas do Ministério da Saúde



Fonte: Site Abeso

quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

SONO E OBESIDADE INFANTIL


Crianças em idade pré-escolar que são colocadas na cama até as 8h da noite são menos propensas a desenvolverem obesidade do que crianças que são colocadas na cama depois desse horário, aponta uma pesquisa recente.
Ir para a cama após 9h da noite pareceu dobrar a probabilidade de obesidade mais tarde na vida. O estudo foi realizado por pesquisadores da Ohio State University College of Public Health e foi publicado no The Journal of Pediatrics. Os responsáveis pela pesquisa ainda apontam que os benefícios podem ir além, incluindo o desenvolvimento social, emocional e cognitivo.
Foram avaliados dados de 977 crianças que faziam parte do Study of Early Child Care and Youth Development, que seguiu bebês saudáveis ​​nascidos em 10 localidades dos EUA desde 1991.
Os participantes foram divididos em três categorias relacionadas ao horário de dormir: os que dormiam às 8h da noite ou mais cedo, os que dormiam entre 8h em 9h, e os que dormiam depois das 9h. A idade média das crianças no inicio do estudo era de quatro anos e meio.
Depois, foram considerados os dados dos pré-escolares até completarem uma média de 15 anos. E a descoberta foi impressionante: das crianças que dormiam mais cedo, apenas uma em cada dez se tornou um adolescente com obesidade; dos que dormiam entre oito e nove horas da noite, 16% desenvolveram obesidade; e, entre os que dormiam mais tarde, 23%  se tornaram adolescentes com obesidade.
Metade das crianças no estudo estava na categoria média, ou seja, dormiam entre oito e nove horas da noite. Um quarto dormia cedo e outro quarto dormia mais tarde.
Este novo estudo é o primeiro a usar dados sobre a obesidade com um seguimento de dez anos a partir da pré-escola.

Fonte: site abeso

quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

REFRIGERANTES


Neste ano de 2016, a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomendou aumentar os impostos sobre refrigerantes e outras bebidas doces em pelo menos 20 por cento. Prontamente, o governo do Reino Unido anunciou aumento de impostos para os refrigerantes a partir de 2017. Como bons brasileiros, sempre temos um pé atrás com aumento de tributos. Mas a Universidade de Oxford fez uma análise estatística do impacto desta medida para os ingleses: o aumento de 20% no preço levaria a redução na ingestão de açúcar (sim, refrigerantes contêm muito açúcar) de 15%. Esta pequena diminuição no consumo já seria capaz de prevenir que 180 mil pessoas se tornassem obesas em 1 ano! Sem falar num número ainda maior de pessoas que deixariam de engordar (1).
Se o problema se restringisse apenas ao peso... mas diferentes estudos associam o consumo excessivo de açúcar ao aumento na incidência de diabetes mellitus, mesmo em pessoas com peso normal. Além disso, independentemente do índice de massa corporal e do grau de atividade física, quem consome mais açúcar corre um risco maior de morrer de doenças cardíacas e vasculares (2).
Mas se o problema é o açúcar, por que culpar só os refrigerantes? Por dois motivos muito importantes: 1- os refrigerantes são responsáveis por cerca de 1/3 de todo o açúcar consumido. 2- a indústria destas bebidas tenta de toda forma esconder o quanto o “refri” faz mal à sua saúde.
Desde que os primeiros estudos correlacionando o fumo ao câncer de pulmão foram publicados, demorou cerca de 50 anos até que políticas públicas de restrição de consumo fossem plenamente implementadas. No início, a indústria do tabaco esperneou negando a associação do seu produto com doenças, lançando dúvidas para confundir o público e, pior, comprando a lealdade de cientistas e políticos corruptos. Apesar disso, nas últimas 3 décadas, a redução do tabagismo preveniu muitas mortes por câncer e doenças cardiovasculares.
A indústria do refrigerante não fez diferente: tentou associar a epidemia de obesidade, diabetes e doenças vasculares ao consumo de gordura e à inatividade física, isentando o açúcar. Nesse processo, cientistas e políticos também foram corrompidos. Por fim, esta indústria está lavando as mãos e dizendo que a responsabilidade por optar pelo produto pouco saudável é sua, o consumidor!
A verdade é que a briga está apenas começando... Assim como no combate ao fumo, além de impostos mais altos, as bebidas doces (refrigerantes, sucos processados, néctares, isotônicos, etc) precisam ter a publicidade devidamente regulada e serem desvinculadas de atividades saudáveis como esportes. Isso salvou vidas no passado e vai salvar mais vidas no futuro. Se o refrigerante realmente é o novo cigarro, vamos começar a tratá-lo desta forma!
 
Fonte: Site Sociedade Brasileira de Diabetes

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Intestino X Obesidade

As taxas de obesidade nos EUA têm apresentado um constante crescimento nas últimas duas décadas, com crianças de comunidades carentes representando os picos mais dramáticos no ganho de peso. Este aumento ocorre em paralelo com uma onda de prescrições de antibióticos pediátricos - uma tendência que só agora está mudando, em parte devido a preocupações sobre a resistência antimicrobiana.
Especialistas estimam que, se o crescimento da taxa de obesidade se mantiver,  51 por cento da população será obesa até 2030. O resultado desse cenário é claro: bilhões de dólares em custos de saúde e uma nação de pessoas cronicamente doentes. 
Os especialista alertam que a obesidade infantil não só é causada por genes, uma dieta pouco saudável e muito pouca atividade, mas provavelmente a combinação de vários fatores complexos - um dos quais pode ser o uso frequente de antibióticos em idade jovem. "Temos dados biológicos e estatísticos que sugerem que pode haver uma ligação, mas estamos à procura de respostas que podem nos ajudar a entender melhor essa relação e guiar a prática clínica de forma que realmente se reduza o risco de uma criança se tornar obesa", afirmam.
A rede de pesquisadores pediátricos em todo o país são alguns dos primeiros a procurar respostas por meio do PCORnet - Estudo Observacional de Obesidade, liderado por cientistas da Harvard Pilgrim HealthCare (HPHC). Este estudo é um estudo de demonstração para PCORnet, Clínica Rede Nacional de Pesquisa Centrada no Paciente, que é uma iniciativa ambiciosa, financiada pelo Outcomes Research Institute Patient-Centered (PCORI), para acelerar a capacidade da nação para conduzir pesquisa clínica centrada no paciente com mais eficiência, usando informações de saúde compartilhadas por pacientes e outros dados clínicos.
Eles vasculharam os registros médicos de cerca de 1,6 milhões de crianças de 42 sistemas de saúde diferentes. Para o estudo, os cientistas  acompanharam quantas vezes as crianças receberam prescrição de antibióticos durante os dois primeiros anos de vida, e, em seguida, continuar a acompanhar as crianças para as idades de cinco e 10 anos, com o objetivo de ver quantos deles são obesos (ou seja, mais pesado do que 95 por cento das crianças, da mesma idade e sexo).
"O estudo é interessante porque o registo de saúde electrônico permite-nos aprofundar em detalhes, de forma rápida e com custo relativamente baixo. Por exemplo, é possível que certos tipos de antibióticos sejam menos propensos a influenciar o ganho de peso do que outros", afirmam os pesquisadores. "O estudo também está investigando se o momento em que um bebê faz uso pela primeira vez de antibióticos, ou se a mãe tomou antibióticos durante a gravidez, tem qualquer impacto sobre a obesidade."
O estudo também é único em que os pais de crianças obesas são consideradas parte da equipe de pesquisa. A mãe de um paciente da equipe Infantil Nationwide, Doug Lunsford está atuando como um dos principais pesquisadroes do estudo. Este envolvimento dos pais é inovador. Pais como os de Doug ajudaram a criar objetivos finais do estudo, e mais importante, a determinar como os resultados são compartilhados com as famílias, para que possam ser compreensíveis e acionáveis.
Os antibióticos são um avanço médico importante que salvou inúmeras vidas, mas a mesma biologia que os torna tão eficazes contra doenças também podem estar aumentando as chances das pessoas se tornarem obesas.
Os bebês nascem com bactérias benéficas em seus intestinos que ajudam a digerir os alimentos e manter os germes causadores de doenças. Esta combinação única de bactérias é influenciada por vários fatores, incluindo se um bebê é alimentado com leite materno ou fórmula ou parto vaginal ou via cesária.
Nos últimos cinco anos, os cientistas fizeram descobertas que se mostram convincentes de que pode haver uma relação entre a quantidade e tipo de bactérias no intestino e ganho de peso. Quando o número de bactérias boas está esgotada, outros tipos de bactérias que já vivem no intestino emergem e florescem.
Essas "novas" bactérias não causam doenças, mas podem aumentar a absorção de calorias, deixar o metabolismo lento e trazer níveis muito baixos de inflamação - todos os quais parecem desencadear uma reacção em cadeia que altera o comportamento de células de gordura. Quando os antibióticos são prescritos, eles podem matar tanto as bactérias nocivas e quanto as úteis no corpo - mas eles também poderiam estar mudando o micro-ambiente do tecido adiposo de maneiras difíceis de reverter e que levam à obesidade.
"Isso pode ajudar a explicar porque quando uma pessoa se torna obesa, é tão difícil de reverter o processo. Essas mudanças permanentes no metabolismo torna muito mais difícil perder e manter o peso", afirmam os especialistas.
O que os pais devem fazer agora?
Atualmente, a maioria dos pediatras são muito cuidadosos em não prescrever de forma excessiva antibióticos. Os pesquisadores sugerem que os pais devam trabalhar em estreita colaboração com seus pediatras para tomar a decisão em conjunto a necessidade da prescrição, já que os antibióticos não ajudariam na maioria das infecções respiratórias das vias aéreas superiores ou de ouvido - algumas das razões mais comuns que levam as crianças aos consultórios médicos.
Os antibióticos podem causar dores de estômago e diarréia; possivelmente por causa da alterações das bactérias do intestino durante o tratamento. Alguns estudos sugerem tomar probióticos ou iogurte com culturas ativas pode ser útil para restaurar as boas bactérias no intestino após um curso de antibióticos. No entanto, não há evidência de qualquer efeito sobre a prevenção de ganho de peso possível.
A pesquisa relatada neste artigo está sendo financiada pela Outcomes Research Institute Patient-Centered (PCORI) Award para o desenvolvimento da Rede de Pesquisa Clínica Nacional Centrada no Paciente, conhecido como PCORnet. O estudo também está sendo apoiado o Centro de Ohio State University de Ciências clínica e translacional.


Fonte:site Abeso

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Células umbilicais de filhos de mães obesas ou com sobrepeso mostram expressão prejudicada de genes-chaves que regulam a energia celular e o metabolismo, em comparação com células similares de bebês de mães não obesas.
 
Os cientistas sabem há muito tempo que as crianças nascidas de mulheres que são obesas mostram maiores riscos de obesidade, mas eles não entendiam completamente o que aumenta os riscos. Pesquisadores do Joslin Diabetes Center agora demonstraram que as células umbilicais de filhos de mães obesas ou com sobrepeso mostram expressão prejudicada de genes-chaves que regulam a energia celular e o metabolismo, em comparação com células similares de bebês de mães não obesas.

Tais resultados podem ajudar a traçar o caminho para a melhoria da saúde, tanto antes como depois do nascimento, para crianças em risco elevado de obesidade, dizem os cientistas, sobre o estudo publicado no International Journal of Obesity.

O presente estudo também sugere que o aumento dos riscos de obesidade pode ser acionado por certos níveis potencializados de lípidos (gorduras e outras substâncias que não são solúveis em água) no sangue materno, que flui por meio do cordão umbilical.
Suzana Maria Ramos Costa, MD, Ph.D. do Joslin e da Universidade Federal de Pernambuco, em Recife, é co-autora do estudo. Ela conta que a pesquisa teve início por meio da coleta de cordões umbilicais, após o nascimento, de mulheres brasileiras saudáveis , sem diabetes. Suzana recrutou 24 mulheres com sobrepeso ou obesas (com um índice de massa corporal superior a 25 antes da gravidez) e 13 mulheres que não estavam acima do peso para o estudo.

Os cientistas recolheram células a partir da veia umbilical que transporta o oxigênio e outros nutrientes a partir da placenta para o embrião.

A equipe descobriu que, nessas células, o aumento da obesidade nas mães correlacionado com menor expressão de genes que regulam a mitocôndria (que atuam como potência da célula) e de outros genes que regulam a produção e o metabolismo de lipídios.

"Isto sugere que já no momento do nascimento existem perturbações metabólicas detectáveis resultantes da obesidade materna", diz ela. Mudanças nessas células foram semelhantes a de pessoas com obesidade, resistência à insulina e diabetes tipo 2, ela acrescenta.

Quando os pesquisadores seguiram a análise de sangue fetal a partir da veia do cordão umbilical, descobriram que os filhos de mães obesas tinham níveis significativamente mais altos de muitos lipídios conhecidos por serem metabolicamente deletérios, como ácidos graxos saturados", contam os pesquisadores. Tecidos de gordura de mães obesas podem lançar ácidos graxos até o sangue fetal e criar uma espécie de "sobrecarga de combustível" para o embrião.

Os autores irão realizar mais pesquisas sobre células umbilicais e de sangue em recém-nascidos de Boston para ver se os resultados do estudo são confirmados nessa população. Eles também planejam análises semelhantes para as crianças nascidas de mães que têm ou diabetes gestacional ou diabetes tipo 1.

Além disso, estão examinando como tais exposições pré-natais podem incentivar certas células-tronco encontradas no cordão umbilical, que podem se diferenciar em vários tipos de tecidos, para ligar preferencialmente em células de gordura.

Os responsáveis pelo estudo esperam que, eventualmente, seja possível usar marcadores de sangue para identificar embriões com risco de obesidade ou doenças relacionadas, tais como diabetes tipo 2, para que tenham intervenções médicas adequadas.
 
Jornal de referência:
S M R Costa, E Isganaitis, T J Matthews, K Hughes, G Daher, J M Dreyfuss, G A P da Silva, M-E Patti. Maternal obesity programs mitochondrial and lipid metabolism gene expression in infant umbilical vein endothelial cells. International Journal of Obesity, 2016; DOI: 10.1038/ijo.2016.142


Fonte: site ABESO

segunda-feira, 7 de março de 2016

NOVO MEDICAMENTO CONTRA OBESIDADE

A liraglutida agora tem seu uso aprovado para tratamento da obesidade e chega ao mercado com o nome de Saxenda. A resolução 504/2016, da Anvisa, foi publicada no Diário Oficial da União. O medicamento ainda não está disponível para a venda, tendo em vista que acabou de ser aprovado e agora segue para a fase de produção.
Nos EUA, a Food and Drug Administration (FDA), aprovou o medicamento em dezembro de 2014, como uma opção de tratamento para o controle crônico do peso corporal, associado a uma dieta reduzida em calorias e à prática de atividade física regular.
A liraglutida, principio ativo do Saxenda, é um agonista  do receptor de GLP-1, um hormônio produzido no intestino na presença de alimentos. O GLP-1 atua em regiões críticas do sistema nervoso central envolvidas na regulação do apetite. Estudos demonstraram que a administração de liraglutida aumenta a produção de substâncias anorexigênicas no hipotálamo, levando ao menor consumo de alimentos, o que favorece a perda de peso. Também foi demonstrado em animais que o uso de GLP-1 modifica a preferência alimentar, reduzindo a busca por alimentos ricos em açúcar e gordura. Durante o programa de desenvolvimento da droga, o uso de Liraglutida associado a dieta hipocalórica foi associado a maior perda de peso em relação ao grupo que recebeu placebo. 
Para a presidente da Abeso, a endocrinologista Cintia Cercato, essa é uma ótima noticia. "Temos muito poucas opções farmacológicas aprovadas para o tratamento da obesidade em nosso país (apenas Sibutramina e orlistate). A obesidade é uma doença complexa, crônica e recidivante e que deve ser tratada com seriedade", destaca. Para ela, ampliar o arsenal terapêutico é importante uma vez que temos um percentual elevado de pacientes obesos que precisam de tratamento. A medicação passou por todas as etapas de pesquisa exigidas pelas agências regulatórias e teve sua segurança e eficácia comprovadas. A presidente ressalta, ainda, que os individuos obesos não devem fazer uso da medicação  por conta própria, sem acompanhamento médico. "Como todo remédio essa medicação tem contra-indicações e efeitos colaterais e somente o médico é capaz de avaliar o risco beneficio para cada caso", reforça Cercato.
Segundo o diretor da Abeso, Bruno Halpern, com bons resultados nos testes clínicos, "o objetivo do medicamento não é fazer milagres nem ser o caminho mais fácil (como muitos preconceituosos contra os obesos apregoam), mas sim permitir aos obesos que melhorem suas condições clínicas e diminuam seus riscos, ao perder peso". Halpern ressalta que quanto mais medicações antiobesidade tivermos, maior a chance de se encontrar a melhor medicação para cada paciente, "além de ser uma vitória dos estudiosos da obesidade que, a despeito do imenso preconceito, conseguem mostrar, ano após ano, década após década, que obesidade é uma doença que merece ser tratada, e cujo estudo deve ser respeitado", completa.
Estudos sérios e aprofundados, de larga escala, apontam que, com dieta e exercícios, apenas 10% dos obesos conseguem perder e manter mais de 10% de peso em um ano. "Por isso outras estratégias são importantes", finaliza o endocrinologista.
A liraglutida é um medicamento injetável. 

Fonte : site abeso

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

DICAS DE COMPORTAMENTO ALIMENTAR

Cinco dicas, baseadas em estudos, para ajudar no prevenção ao ganho de peso
1. Não passar fome.
Comer refeições e lanches em intervalos regulares. Fazendo isso tendemos  a não ficar com muita fome, o que nos ajuda a resistir às beliscadas durante o dia e de exagerar nas principais refeições. Não se esqueça de incluir frutas nesses intervalos.
2. Peça porções menores
Estudos mostram que quando estamos a frente de grandes porções de alimentos, mesmo que não estejamos mais com fome, a nossa tendência é continuar comendo. A mesma coisa quando colocamos as porções na mesa. Melhor levar o prato já servido para a mesa, evitando repetir o prato.
3. Encha metade de seu prato com vegetais e legumes
Um programa do Departamento de Saúde dos EUA (USDA), ChooseMyPlate.gov, sugere que completemos metade do nosso prato com vegetais e legumes, assim tendemos a comer menos de outros alimentos menos nutritivos. E procurar fazer um prato bem colorido.
4. Criar um ambiente de cozinha saudável
Manter uma tigela de frutas no balcão da cozinha, evitando deixar qualquer junk food a mostra. Manter alimentos saudáveis ​​à mão pode ajudar nas escolhas e a prevenir o ganho de peso.
5. Cozinhe mais
Quando cozinhamos mais, tendemos a fazer escolhas alimentares mais saudáveis. Um estudo recente descobriu que cozinhar refeições em casa foi associado com um risco ligeiramente menor de desenvolver diabetes tipo 2. Os pesquisadores também descobriram que em oito anos de seguimento, aqueles que comeram mais refeições caseiras tiveram menores ganhos de peso e um menor risco de obesidade.